ISBN: 978-65-5959-884-7
IDIOMA: Português
NÚMERO DE PÁGINAS: 246
NÚMERO DA EDIÇÃO: 1
DATA DE PUBLICAÇÃO: 05/09/2024
Este livro é fruto de uma série de reflexões a respeito do processo – e de institutos que comumente ocupam o objeto da doutrina do direito processual – as quais tiveram como ponto de partida o garantismo processual. Muitas das ideias que compõe este livro foram publicadas por nós em colunas jurídicas e artigos científicos nos anos de 2017 a 2023. Contudo, optamos por revê-las e reestruturá-las com textos e passagens inéditas. O resultado disso está refletido no sumário e nos títulos de cada um dos capítulos do livro, os quais foram organizados de modo a apresentar aos leitores e leitoras um desenvolvimento de premissas necessárias à compreensão do garantismo processual, aplicando-as em temas mais específicos no avançar dos capítulos. Por isso, o livro começa com uma introdução sobre o que é (e o que não é) o garantismo processual, apresentado, nos capítulos subsequentes, traços de uma das mais fundamentais contraposições para a compreensão do modo de fazer ciência processual sob a ótica garantista: o contraponto entre o publicismo processual e o garantismo processual, com uma especial atenção para o seu desenvolvimento no Brasil. Esperamos, com este livro, contribuir para a difusão do garantismo processual, e mostrar que é possível rever algumas das bases publicistas e instrumentalistas arraigadas no direito processual brasileiro em seus diferentes âmbitos procedimentais, convidando, com isso, não somente aqueles que estudam o processo civil a refletir sobre a necessidade de pensar o processo como uma garantia de liberdade dos indivíduos frente ao poder jurisdicional, mas também estudiosos do processo penal e trabalhista.
SUMÁRIO
sobre os autores
NOTA DOS AUTORES
INTRODUÇÃO
o que é (e o que não é) o garantismo processual?
CAPÍTULO 1
Das raízes do instrumentalismo processual no Brasil
1.1 Considerações iniciais
1.2 Os endereços teóricos do Código de Processo Civil de 1939
1.3 A incorporação da concepção publicista pela doutrina e o discurso a favor do incremento dos poderes do juiz
1.4 Considerações finais
CAPÍTULO 2
A resistência instrumentalista e o surgimento da doutrina brasileira do garantismo processual: uma breve análise em dois atos
2.1 Considerações iniciais
2.2 Da formação da doutrina garantista ao primeiro ato da resistência instrumentalista no Brasil
2.3 O segundo ato da resistência instrumentalista
2.4 Considerações finais
CAPÍTULO 3
O processo como direito fundamental
3.1 Considerações iniciais
3.2 A constitucionalização do processo como elevação constitucional do direito à tutela jurisdicional
3.3 O garantismo processual e o processo como direito fundamental
3.4 Considerações finais
CAPÍTULO 4
Garantismo e Publicismo Processual na perspectiva dos Direitos Fundamentais
4.1 Introdução
4.2 A abordagem publicista do processo na perspectiva dos direitos fundamentais
4.3 A abordagem garantista do processo na perspectiva dos direitos fundamentais
4.4 Considerações finais
CAPÍTULO 5
A Tirania dos Valores e o slogan do “Processo Justo”
CAPÍTULO 6
O juiz defensor da moral, o juiz defensor da verdade e o juiz defensor da lei: instrumentalismo, cooperativismo e garantismo processual
6.1 Considerações iniciais
6.2 A gênese da matriz instrumentalista e o seu ulterior desenvolvimento
6.3 O juiz defensor da verdade, o juiz defensor da moral e o juiz assistencialista: variações em torno do modelo publicista de processo
6.4 O contraponto do garantismo processual
6.5 Considerações finais
CAPÍTULO 7
A cooperação processual como uma versão atenuada do modelo inquisitorial de processo
7.1 Modelos processuais
7.2 As origens da “colaboração processual” brasileira: do direito alemão ao direito português – o pano de fundo da reforma processual portuguesa e o não-dito sobre a obra de Miguel Teixeira de Sousa
7.3 A “cooperação processual” como uma alternativa ao “modelo adversarial” de processo: os exemplos do direito inglês e do direito francês
7.4 Da inexistência de uma relação necessária entre “colaboração processual” e contraditório
7.5 O “modelo cooperativo de processo” no Brasil: uma versão atenuada do “modelo inquisitório”
7.6 A falácia dos deveres de cooperação do juiz para com as partes
7.7 Considerações finais
CAPÍTULO 8
A ausência de um estatuto epistemológico dos princípios no direito processual brasileiro e o projeto instrumentalista de recrudescimento do poder jurisdicional
8.1 Considerações iniciais
8.2 Princípios gerais do direito e princípios epistemológicos
8.3 Princípios no direito processual
8.4 Considerações finais
CAPÍTULO 9
Em busca da substancialidade constitucional do processo: da noção instrumental à noção substancial de processo
9.1 Dois possíveis pontos de partida
9.2 O ponto de partida instrumental
9.3 Hipóteses e reflexões sobre a imprescindibilidade da jurisdição e do processo para a realização do direito material
9.4 O ponto de partida constitucional
9.5 Considerações finais
CAPÍTULO 10
Ação de direito material como garantia
10.1 Considerações iniciais
10.2 O não dito sobre a superação da teoria civilista da ação pela obra de Muther
10.3 O passo seguinte: a captura da ação pelos processualistas
10.4 O vazio deixado pelo esquecimento da ação de direito material e um possível retorno ao plano do direito material
10.5 A doutrina das ações e o Direito brasileiro: de José Homem Corrêa Telles a Pontes de Miranda e Ovídio A. Baptista da Silva
10.6 Considerações finais
CAPÍTULO 11
A garantia da delimitação do mérito pelas partes
11.1 Considerações iniciais
11.2 Sobre o conceito de mérito
11.3 A causa de pedir como elemento do mérito e as dificuldades dogmáticas para sua delimitação sob a ótica da garantia da delimitação do mérito
11.4 Uma possível solução: abandonar o iura novit curia?
CAPÍTULO 12
Um outro Liebman
12.1 Considerações iniciais
12.2 A influência de Liebman no Brasil
12.3 Liebman e o princípio dispositivo
12.4 considerações finais
REFERÊNCIAS