As dificuldades enfrentadas pelos Poderes Executivo e Legislativo na concretização universal dos direitos fundamentais têm deslocado para o sistema de justiça a obrigação de se posicionar para a estruturação de políticas públicas. Em tal contexto, é esperado que os órgãos de justiça atuem determinando o que os demais poderes devem fazer? Ao se aproximarem, sem a legitimidade advinda do voto, da seara própria de atuação do Executivo e Legislativo, as instituições do sistema de justiça arriscam-se a desequilibrar o sistema constitucional de freios e contrapesos. Neste livro, a autora enfrenta tal questão partindo da premissa de que a forma mais adequada, para a condução de tais conflitos, ocorre por meio dos litígios estruturais. Isso porque, por um lado, a atuação basilar permite que se preserve o protagonismo da sociedade na conquista e consolidação de direitos. E, uma vez garantida essa participação social em litígios de tal natureza, amplia-se a legitimidade e a efetividade da atuação do sistema de justiça. Por outro lado, o litígio estrutural enseja a aproximação, dos grupos afetados pelo conflito, com os órgãos do poder Legislativo e Executivo. Viabiliza-se, assim, a atuação conjunta (sempre que possível) para a resolução de conflitos que exigem políticas públicas e esforços comuns para soluções efetivas e duradouras. A partir do estudo de diversas concepções de democracia e da forma como essas invocam a participação social, a autora avalia os mecanismos a elas correspondentes que mais bem se encaixam às peculiaridades do poder judiciário e ao propósito democrático e transformador estampado na Constituição Federal de 1988. Busca, então, identificar instrumentos adequados de participação social, que garantam legitimidade e eficácia à atuação do sistema de justiça nos litígios estruturais. Conclui que tal caminho eleva a probabilidade de eficácia emancipadora das políticas públicas, pois idealizadas e executadas a partir das realidades plurais dos grupos afetados, e de suas contribuições, nos espaços participativos. Ao mesmo tempo, fomenta a prática participativa da sociedade nas questões atinentes a interesses coletivos, garantindo-se maior acessibilidade ao sistema de justiça.
Editora: Editora Thoth
Categorias: Direito Digital

Tags:

#Litígio estrutural, #Participação Social, #Políticas Públicas

Autores:

Comentários
  • Este arquivo ainda não possui nenhum comentário... seja o primeiro a comentar!
Avaliações
  • Este arquivo ainda não possui nenhuma avaliação... seja o primeiro a avaliar!

ISBN: 978-65-5959-813-7

IDIOMA: Português

NÚMERO DE PÁGINAS: 138

NÚMERO DA EDIÇÃO: 1

DATA DE PUBLICAÇÃO: 09/07/2024

As dificuldades enfrentadas pelos Poderes Executivo e Legislativo na concretização universal dos direitos fundamentais têm deslocado para o sistema de justiça a obrigação de se posicionar para a estruturação de políticas públicas. Em tal contexto, é esperado que os órgãos de justiça atuem determinando o que os demais poderes devem fazer? Ao se aproximarem, sem a legitimidade advinda do voto, da seara própria de atuação do Executivo e Legislativo, as instituições do sistema de justiça arriscam-se a desequilibrar o sistema constitucional de freios e contrapesos. Neste livro, a autora enfrenta tal questão partindo da premissa de que a forma mais adequada, para a condução de tais conflitos, ocorre por meio dos litígios estruturais. Isso porque, por um lado, a atuação basilar permite que se preserve o protagonismo da sociedade na conquista e consolidação de direitos. E, uma vez garantida essa participação social em litígios de tal natureza, amplia-se a legitimidade e a efetividade da atuação do sistema de justiça. Por outro lado, o litígio estrutural enseja a aproximação, dos grupos afetados pelo conflito, com os órgãos do poder Legislativo e Executivo. Viabiliza-se, assim, a atuação conjunta (sempre que possível) para a resolução de conflitos que exigem políticas públicas e esforços comuns para soluções efetivas e duradouras. A partir do estudo de diversas concepções de democracia e da forma como essas invocam a participação social, a autora avalia os mecanismos a elas correspondentes que mais bem se encaixam às peculiaridades do poder judiciário e ao propósito democrático e transformador estampado na Constituição Federal de 1988. Busca, então, identificar instrumentos adequados de participação social, que garantam legitimidade e eficácia à atuação do sistema de justiça nos litígios estruturais. Conclui que tal caminho eleva a probabilidade de eficácia emancipadora das políticas públicas, pois idealizadas e executadas a partir das realidades plurais dos grupos afetados, e de suas contribuições, nos espaços participativos. Ao mesmo tempo, fomenta a prática participativa da sociedade nas questões atinentes a interesses coletivos, garantindo-se maior acessibilidade ao sistema de justiça.
SOBRE A AUTORA
AGRADECIMENTOS
(trecho do poema Identidade, de Ryane Leão).
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
LITÍGIOS ESTRUTURAIS DE INTERESSE PÚBLICO
1.1 A luta por direitos no sistema de justiça
1.2 conceitos e características dos litígios estruturais
1.3 das objeções democráticas ao processo estrutural
1.4 processo estrutural no direito comparado
1.5 atuação judicial estruturante no brasil
A participação social no sistema de justiça
2.1 a democracia representativa e suas restrições aos espaços participativos
2.2 a democracia participativa e a importância do dissenso no processo de efetivação de direitos
2.3 A DEMOCRACIA DELIBERATIVA E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS MECANISMOS DE DIÁLOGO RACIONAL
2.4 os modelos híbridos e a participação social nas instituições de estado
2.5 A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
2.6 o princípio democrático e o sistema de justiça
2.7 a necessária atuação do ministério público na garantia do princípio democrático, no âmbito do sistema de justiça
A importância, limites e mecanismo da participação social nos litígios estruturais de interesse público
3.1 a participação social e os modelos procedimentais
3.2 a participação social no deliberative models e a proposta do experimentalismo democrático para os litígios estruturais de interesse público
3.3 a representatividade adequada como instrumento para garantia da participação efetiva
3.4 a atuação do ministério público nos litígios estruturais de interesse público e a participação social
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS

  • Este arquivo ainda não possui nenhum comentário... seja o primeiro a comentar!

Você também pode gostar:

DECLÍNIO DO ESTADO DE DIREITO E ASCENSÃO DO ESTADO DE JUSTIÇA PROPOSIÇÕES NORMATIVAS (AINDA) VINCULAM O ATO DE JULGAR? R$ 80,00
II CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL OS DIREITOS HUMANOS NA ERA TECNOLÓGICA III Gratuito
LGPD X CAMPANHA ELEITORAL PERSPECTIVAS E DESAFIOS VOL. II . R$ 80,00
A PEQUENA EMPRESA VOL. II COMO OBJETO DE OBSERVAÇÕES ACADÊMICAS R$ 73,00
COMENTÁRIOS À LEI 13.445 DE 2017 Teoria e Prática . R$ 92,00
DIREITO PENAL ECONÔMICO 10ª edição Revista, atualizada e ampliada R$ 91,00
II CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL OS DIREITOS HUMANOS NA ERA TECNOLÓGICA II Gratuito
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NOS TRIBUNAIS DESAFIOS ÉTICOS E JURISDIÇÃO R$ 89,00