A prisão processual no Brasil atinge patamares elevados, que o mantém em posição proeminente no ranking de países com maior percentual de presos provisórios do mundo. Para refrear esse encarceramento provisório em massa, o legislador introduziu rol de alternativas cautelares diversas do cárcere no art. 319 do CPP. Dentre essas alternativas legais, a medida cautelar de comparecimento periódico em juízo é a mais aplicada, sendo incluída dentre as alternativas penais de intervenção em conflitos e violências mediante enfoque restaurativo, pela Resolução CNJ nº 288/2019. A partir dessa explícita previsão normativa, emergiu o problema que orientou este livro: seria possível ressignificar a medida cautelar penal de comparecimento periódico em juízo? Em caso positivo, um modelo com tais características poderia, também, abranger enfoque restaurativo? A obra investiga tal problemática em quatro etapas. Na primeira delas, conduz o leitor à contextualização do comparecimento periódico em juízo como prática jurídica, percorrendo os seguintes passos: i) esclarece o regime jurídico humanista a que subjuga das todas as medidas cautelares penais pessoais; ii) por meio de dados oficiais, descreve a realidade que ensejou a inclusão do comparecimento periódico em juízo como medida cautelar penal pessoal no CPP, qual seja: o cenário inumano do encarceramento provisório massivo e seletivo no país; e iii) clarifica as medidas cautelares penais alternativas ao cárcere, notadamente o comparecimento periódico em juízo, identificando o respectivo regime jurídico e apresentando dados empíricos sobre a aplicação dessas práticas jurídicas. Na segunda etapa, avança-se para a análise da Resolução CNJ nº 288/2019, avaliando criticamente o texto à luz dos marcos teóricos e normativos da Justiça Restaurativa e do Processo Penal Humanista. A seguir, a obra apresenta e analisa projeto-piloto implantado em unidade jurisdicional federal, esclarecendo os critérios adotados, sumariando os resultados pretendidos e os alcançados e indicando os limites e possibilidades do modelo. A parte final da obra é propositiva, sugerindo adequação normativa, ações interinstitucionais e políticas judiciárias. Dentre as proposições finais, apresenta-se modelo inovador de acompanhamento da medida cautelar penal de comparecimento periódico em juízo, obediente aos pilares do devido processo penal humanista.
Editora: Editora Thoth
Categorias: Direito Processual Penal

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#.Processo penal humanista, #Prisão cautelar, #Racismo

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ISBN: 978-65-5959-913-4

IDIOMA: Português

NÚMERO DE PÁGINAS: 131

NÚMERO DA EDIÇÃO: 1

DATA DE PUBLICAÇÃO: outubro/2024

A prisão processual no Brasil atinge patamares elevados, que o mantém em posição proeminente no ranking de países com maior percentual de presos provisórios do mundo. Para refrear esse encarceramento provisório em massa, o legislador introduziu rol de alternativas cautelares diversas do cárcere no art. 319 do CPP. Dentre essas alternativas legais, a medida cautelar de comparecimento periódico em juízo é a mais aplicada, sendo incluída dentre as alternativas penais de intervenção em conflitos e violências mediante enfoque restaurativo, pela Resolução CNJ nº 288/2019. A partir dessa explícita previsão normativa, emergiu o problema que orientou este livro: seria possível ressignificar a medida cautelar penal de comparecimento periódico em juízo? Em caso positivo, um modelo com tais características poderia, também, abranger enfoque restaurativo? A obra investiga tal problemática em quatro etapas. Na primeira delas, conduz o leitor à contextualização do comparecimento periódico em juízo como prática jurídica, percorrendo os seguintes passos: i) esclarece o regime jurídico humanista a que subjuga das todas as medidas cautelares penais pessoais; ii) por meio de dados oficiais, descreve a realidade que ensejou a inclusão do comparecimento periódico em juízo como medida cautelar penal pessoal no CPP, qual seja: o cenário inumano do encarceramento provisório massivo e seletivo no país; e iii) clarifica as medidas cautelares penais alternativas ao cárcere, notadamente o comparecimento periódico em juízo, identificando o respectivo regime jurídico e apresentando dados empíricos sobre a aplicação dessas práticas jurídicas. Na segunda etapa, avança-se para a análise da Resolução CNJ nº 288/2019, avaliando criticamente o texto à luz dos marcos teóricos e normativos da Justiça Restaurativa e do Processo Penal Humanista. A seguir, a obra apresenta e analisa projeto-piloto implantado em unidade jurisdicional federal, esclarecendo os critérios adotados, sumariando os resultados pretendidos e os alcançados e indicando os limites e possibilidades do modelo. A parte final da obra é propositiva, sugerindo adequação normativa, ações interinstitucionais e políticas judiciárias. Dentre as proposições finais, apresenta-se modelo inovador de acompanhamento da medida cautelar penal de comparecimento periódico em juízo, obediente aos pilares do devido processo penal humanista
SUMÁRIO
SOBRE A AUTORA
AGRADECIMENTO
PREFÁCIO
APRESENTAÇÃO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
MEDIDA CAUTELAR PENAL PESSOAL: DIREITOS HUMANOS, PRISÃO E ROTAS ALTERNATIVAS
1.1 Direitos humanos limitantes à cautelaridade penal pessoal
1.2 Prisão cautelar
1.3 Medidas cautelares penais alternativas à prisão preventiva
CAPÍTULO 2
RESOLUÇÃO CNJ Nº 288/2019 E ENFOQUE RESTAURATIVO
2.1 Pilares da Justiça Restaurativa: aspectos teóricos e normativos
2.2 Justiça Restaurativa aplicada à medida cautelar penal pessoal: compatibilização possível?
2.2.1 Princípio da presunção de inocência x responsabilização restaurativa
2.2.2 Comparecimento obrigatório x voluntariedade restaurativa
2.2.3 Cautelaridade penal pessoal x cooptação da Justiça Restaurativa pelo sistema retributivo
2.2.4 Síntese ética sobre os desafios para compatibilização entre medida cautelar penal e enfoque restaurativo
CAPÍTULO 3
PROJETO CAUTELAR PROSPECTIVA: VISIBILIDADE HUMANISTA
3.1 O projeto-piloto: descrição da fase embrionária
3.2 A pesquisa-ação
3.2.1 O percurso da pesquisa-ação: intervenções, redirecionamentos e definições
3.2.2 Descrição dos achados: resultados alcançados, limites e possibilidades do modelo pesquisado
3.3 Relatório analítico-propositivo
CAPÍTULO 4
CONDENSAÇÃO PROPOSITIVA
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS

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