A originalidade da obra consiste em demonstrar o fato de que no Brasil não há ainda uma definição consolidada acerca da relação entre direitos humanos e propriedade em face da questão das terras indígenas. Exemplificativamente, o livro aborda o caso de Dourados, no estado do Mato Grosso do Sul, mas serve para todos os demais conflitos existentes no país. A cada dia mais e mais conflitos ocorrem, fazendo vítimas da inação estatal. Dessa forma, a obra contribui para a compreensão e, consequentemente, o preenchimento de um vazio legal e de atitude pacificadora no que tange à evidente colisão, ou dupla ofensa, de dois direitos constitucionalmente protegidos: o direito à demarcação das terras tradicionalmente indígenas e o direito à propriedade privada dos produtores rurais. Nesse percurso fica evidente que a temática da obra não constitui somente uma busca literário-jurídica, mas também uma discussão fundamental diante da quase inexistência de doutrina e jurisprudência sobre essa questão no Brasil, e principalmente de atitude política, uma vez que os reais detentores do poder de legislar e alterar o status quo são os titulares de mandatos eletivos, até então omissos. Impedindo que o assunto da violação de direitos humanos – fundamentais – seja esquecido, a discussão é conduzida à luz de um resgate histórico sobre a verdade de fatos, fazendo justiça às categorias envolvidas (indígenas e não indígenas). Há de se ressaltar o ineditismo das propostas apresentadas como resultados buscados na pesquisa, os quais contribuirão para a resolução da situação conflituosa. De igual forma, é inédita a definição do conceito de propriedade segundo a visão indígena, que enfatiza sua função cultural, desdobramento necessário da função social e contraponto à função econômica da propriedade. Afastar, ao menos no âmbito acadêmico, a insegurança jurídica existente em razão da não demarcação de terras tradicionalmente indígenas e dar tratamento adequado à propriedade privada dos proprietários rurais envolvidos constituem o objetivo principal da obra. Paralelamente, os objetivos específicos estão direcionados a permitir o exercício do direito à demarcação das terras tradicionalmente indígenas, nos termos dos pactos internacionais e da Constituição Federal de 1988, sem deixar de resguardar o direito aos legítimos proprietários de terras que terão de cedê-las à demarcação, se assim se pode definir, cessão. Por fim, as propostas de solução da problemática suscitada são parte integrante da obra.
Editora: Editora Thoth
Categorias: Direito Digital

Tags:

#Direito Constitucional, #Direitos Humanos, #Propriedade

Autores:

Comentários
  • Este arquivo ainda não possui nenhum comentário... seja o primeiro a comentar!
Avaliações
  • Este arquivo ainda não possui nenhuma avaliação... seja o primeiro a avaliar!

ISBN: 978-65-5959-840-3

IDIOMA: Português

NÚMERO DE PÁGINAS: 161

NÚMERO DA EDIÇÃO: 1

DATA DE PUBLICAÇÃO: 12/07/2024

A originalidade da obra consiste em demonstrar o fato de que no Brasil não há ainda uma definição consolidada acerca da relação entre direitos humanos e propriedade em face da questão das terras indígenas. Exemplificativamente, o livro aborda o caso de Dourados, no estado do Mato Grosso do Sul, mas serve para todos os demais conflitos existentes no país. A cada dia mais e mais conflitos ocorrem, fazendo vítimas da inação estatal. Dessa forma, a obra contribui para a compreensão e, consequentemente, o preenchimento de um vazio legal e de atitude pacificadora no que tange à evidente colisão, ou dupla ofensa, de dois direitos constitucionalmente protegidos: o direito à demarcação das terras tradicionalmente indígenas e o direito à propriedade privada dos produtores rurais. Nesse percurso fica evidente que a temática da obra não constitui somente uma busca literário-jurídica, mas também uma discussão fundamental diante da quase inexistência de doutrina e jurisprudência sobre essa questão no Brasil, e principalmente de atitude política, uma vez que os reais detentores do poder de legislar e alterar o status quo são os titulares de mandatos eletivos, até então omissos. Impedindo que o assunto da violação de direitos humanos – fundamentais – seja esquecido, a discussão é conduzida à luz de um resgate histórico sobre a verdade de fatos, fazendo justiça às categorias envolvidas (indígenas e não indígenas). Há de se ressaltar o ineditismo das propostas apresentadas como resultados buscados na pesquisa, os quais contribuirão para a resolução da situação conflituosa. De igual forma, é inédita a definição do conceito de propriedade segundo a visão indígena, que enfatiza sua função cultural, desdobramento necessário da função social e contraponto à função econômica da propriedade. Afastar, ao menos no âmbito acadêmico, a insegurança jurídica existente em razão da não demarcação de terras tradicionalmente indígenas e dar tratamento adequado à propriedade privada dos proprietários rurais envolvidos constituem o objetivo principal da obra. Paralelamente, os objetivos específicos estão direcionados a permitir o exercício do direito à demarcação das terras tradicionalmente indígenas, nos termos dos pactos internacionais e da Constituição Federal de 1988, sem deixar de resguardar o direito aos legítimos proprietários de terras que terão de cedê-las à demarcação, se assim se pode definir, cessão. Por fim, as propostas de solução da problemática suscitada são parte integrante da obra.
SOBRE O AUTOR
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
DIREITO À PROPRIEDADE
1.1 Origem histórica e dogmática do direito de propriedade
1.1.1 Contribuições para a formação do direito de propriedade
1.1.2 Desenvolvimento da legislação agrária nos países ocidentais
1.1.3 Legislação agrária brasileira
1.2 Posse e direito de propriedade
1.2.1 Alguns aspectos introdutórios sobre a posse
1.2.2 Direitos de propriedade e o caso do direito romano
1.2.3 Evolução da posse e o direito de propriedade na legislação brasileira
1.3 Funções da propriedade rural
1.3.1 Aspectos históricos das funções da propriedade
1.3.2 Função social da propriedade
1.3.3 Função econômica da propriedade
1.3.4 Função cultural da propriedade
1.4 Registro de propriedade imóvel rural e Certidão Vintenária
1.4.1 Fundamentos históricos do registro de propriedade no Brasil
1.4.2 Registro de propriedade imóvel rural
1.5 Normas internacionais sobre direito de propriedade
1.5.1 Declarações e convenções internacionais sobre o direito à propriedade
1.5.2 Algumas abordagens constitucionais sobre o direito de propriedade
1.6 Direito de propriedade: o caso de Dourados-MS no processo de interiorização do Brasil
1.6.1 A Colônia Agrícola Nacional de Dourados e os povos indígenas
1.6.2 Conflitos agrários e os povos indígenas
DIREITOS HUMANOS, DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS E CONFLITOS
2.1 Origem histórica dos direitos indígenas e a demarcação de suas terras
2.2 Análise normativa nacional, declarações e convenções internacionais sobre os povos indígenas
2.3 Casos emblemáticos envolvendo a demarcação de terras indígenas (caso Raposa Serra do Sol – Roraima)
2.4 A constitucionalização dos direitos humanos e a Constituição Federal de 1988
2.5 Há uma hierarquia entre direitos fundamentais? Qual direito é maior: propriedade ou demarcação?
2.6 Antinomia constitucional
2.7 Omissão estatal na preservação de direitos humanos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
POSFÁCIO
ÍNDICE DE FONTES PRIMÁRIAS
REFERÊNCIAS
  • Este arquivo ainda não possui nenhum comentário... seja o primeiro a comentar!

Você também pode gostar:

NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS ATÍPICOS TEORIA GERAL E CONVENÇÕES EM ESPÉCIE R$ 80,00
EQUIDADE E APLICAÇÃO DO DIREITO 2ª EDIÇÃO   . R$ 57,00
A LEGITIMIDADE DIALÓGICA-DELIBERATIVA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL DO STF Uma proposta de superação do antagonismo entre Democracia e Controle de Constitucionalidade R$ 73,00
DO ACESSO À JUSTIÇA NO DIREITO DAS FAMÍLIAS E SUCESSÕES. Vol. IV . R$ 94,00
BOA-FÉ OBJETIVA NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS E A PROMOÇÃO DE MERCADOS EFICIENTES . R$ 77,00
APELAÇÃO NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL Teoria geral dos recursos à luz do Código Processual Civil R$ 70,00
GENOCÍDIO INDÍGENA NO BRASIL RACISMO DE ESTADO E NECROPOLÍTICA EM TEMPOS PANDÊMICOS R$ 68,00
II CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL OS DIREITOS HUMANOS NA ERA TECNOLÓGICA II Gratuito