O livro analisa as transformações que o trabalho tem sofrido com o avanço da globalização e da tecnologia, provocando o sucateamento das relações e das condições de trabalho, a limitação de direitos e garantias dos trabalhadores, além da ampliação dos riscos a que são expostos. Nesse âmbito, há grandes obstáculos para a concretização do bem-estar dos trabalhadores. Em razão de pressões econômicas e de mercado, um deles é a tendência de empresas buscarem redução de custos e elevação de lucros, o que ocasiona a reestruturação do processo de produção e a precarização do trabalho. Outro obstáculo é a discrepância entre as normas trabalhistas baseadas na noção de subordinação clássica, e a complexidade das mudanças que têm ocorrido no mercado de trabalho devido à referida reestruturação. Assim, a obra apresenta uma análise crítica da autora, com o objetivo identificar e interpretar o referido cenário, e com a finalidade de explorar possíveis soluções para conciliar a proteção jurídica e o poder de barganha da coletividade dos trabalhadores com as novas relações de trabalho. A singular análise se baseia na evolução da sociedade e dos mercados e é fruto do exame de materiais científicos, preceitos legais nacionais e internacionais, e inclusive dados estatísticos que corroboram com as alegações desenvolvidas. No Brasil, se verifica um plano normativo que destoa da realidade social, vez que o Direito do Trabalho não replica a heterogeneidade do mercado de trabalho contemporâneo, ocorrendo o distanciamento deste da concepção de subordinação clássica contida na legislação. Essa conjuntura distancia progressivamente os trabalhadores do vínculo empregatício tradicional e dificulta o amparo jurídico e social a essa parcela de mão-de-obra. Portanto, o raciocínio crítico-reflexivo do Direito realizado ao longo da obra é de extrema relevância, à luz dos impactos provocados pelas mudanças no mercado de trabalho atual, de modo que a esfera jurídica evolua na mesma velocidade da realidade social, ou o mais próxima possível.