ISBN: 978-85-444-2412-4
IDIOMA: Português
NÚMERO DE PÁGINAS: 132
NÚMERO DA EDIÇÃO: 1
DATA DE PUBLICAÇÃO: Editora CRV
O livro tem como questão central a barbárie, busca problematizá-la em diferentes âmbitos, ou seja, da infância, do corpo, da estética e da tecnologia.
Ao assumirmos uma atitude interrogativa da realidade, comungamos com a perspectiva adorniana que fundamenta os textos aqui apresentados. Para essa, não cabe à teoria provar ou refutar os resultados, mas elaborar questionamentos que permitam uma nova relação com os dados empíricos. O pensamento especulativo na concepção adorniana não se difere da autoconsciência e da autorreflexão crítica.
A barbárie assume centralidade em nossas discussões, pois se trata, conforme Adorno, de uma tendência social imperativa, do resultado da pressão social sobre os indivíduos, que os impele a agir de maneira regressiva, impulsivamente e violentamente. Essa tendência persiste em função do excesso de realismo ou de pseudorrealismo, manifesto na sobreposição dos valores econômicos e da finalidade adaptativa, de sobrevivência e de autoconservação, que prima pelo pensamento instrumental, imediatista e inapto à autorreflexão crítica. Essa inaptidão cria condições para que Auschwitz se repita a cada momento, através de atitudes violentas e intolerantes. Por isso, Adorno compara a barbárie à cegueira, a um ritual da civilização que persiste na projeção patológica. Para ele, a modificação do mundo pressupõe que se considere o peso do mundo, o peso dos pressupostos objetivos. Assim, a luta para que Auschwitz não se repita encontra abertura na esfera subjetiva, pois o perigo de que tudo se repita depende de nossa capacidade de colocar a barbárie em questão.