ISBN: 978-65-251-1760-7
IDIOMA: Português
NÚMERO DE PÁGINAS: 172
NÚMERO DA EDIÇÃO: 1
DATA DE PUBLICAÇÃO: Editora CRV
Esse é “o país do carnaval”, “país do samba”, “país do futebol”, “país do jeitinho”, “o brasileiro é malandro”, “não há no mundo país mais belo do que este”, afinal, “Deus é brasileiro. A profundidade dessas imagens e representações, e não são poucas, reside exatamente no fato de o Brasil se mostrar uma paisagem com contornos míticos cuja ressonância nos lembra o enigma da Esfinge de Tebas: “decifra-me ou devoro-te”. Artistas, psicanalistas, historiadores, cientistas sociais em geral, e tantos outros, já se arriscaram a interpretar o Brasil ao longo de sua história moderna. Mas compreender o Brasil é um desafio, uma aventura, nem sempre bem-sucedida, posto ser essa uma experiência dramática. Viver e pensar o Brasil, hoje, é quase um “risco de morte”. Em sintonia com o espírito deste “enigma chamado Brasil”, viver e compreender o “país do carnaval, do futebol, do samba e da malandragem” a cada dia é, portanto, um desafio e um risco; um processo constante de estranhamento e de relativização a exigir de todos sempre o exercício dialético de transformação do familiar em exótico e vice-versa. O Brasil não está pronto e acabado, e por isso mesmo, como os mitos vive das contradições. Portanto, sua compreensão é sempre um exercício constante e exigente de reflexão, um longo e difícil processo de aprendizagem que nos aproxima da experiência dramática dos ritos de passagem. Então, é cruzando as perspectivas da antropologia cultural com as abordagens da sociologia e da história que esses ensaios em torno da cultura brasileira encontram nos clássicos da literatura, nas letras de música, nas estórias do rádio, nos filmes da chanchada, no discurso das ciências sociais e humanas, o seu material privilegiado de análise.