A figura partidária é a responsável pela catalisação do sistema político e efetividade da representação política na democracia, especialmente pelo fato de integrar o microcosmos competitivo a encampar as forças políticas concorrentes e por seu papel de incentivo à formação da opinião pública e da participação política. Isso se faz necessário, pois, como já advertia Gianfranco Pasquino, a democracia é um regime exigente que requer como elemento indispensável de legitimação do poder político o suporte da opinião pública. A união entre estes fatores a saber: atuação partidária (participação política) e o papel da oposição na política são, assim, elementos indispensáveis à formatação e aprimoramento do regime democrático. As agremiações políticas, contudo, não restaram imunes às vicissitudes que maculam o exercício do poder político e, por isso, vêm sendo objeto de severas críticas e tendo o seu papel de atores centrais no processo eleitoral democrático questionado com certa frequência. No caso brasileiro, em especial, a existência de partidos nanicos, de aluguel ou catch-all, bem como a acidentada morfologia da própria desenvoltura partidária na história do país, reforçam a necessidade de se aprimorar a legislação eleitoral para que os partidos assumam o papel que lhe é reservado pelos especialistas, recompondo o perfil do “pastido pasteurizado” a que alude Manoel Gonçalves Ferreira Filho. E é aqui que o trabalho de Wagner Gundim apresenta contribuições relevantes, tanto do ponto de vista teórico como prático, onde apresenta de forma minuciosa como se deu o processo de evolução dos partidos políticos, notadamente brasileiros, o que faz a partir de teóricos clássicos do direito e da ciência política, quais são as causas patológicas que estes enfrentam na conjuntura atual, e por quais meios as agremiações se mantém vivas no campo da política. Dissecando as normas eleitorais que tratam sobre o financiamento da política brasileira, o autor expõe as fragilidades dos critérios até então utilizados para a distribuição dos recursos financeiros diretos e indiretos aos partidos políticos, o que contribuiu para uma espécie de oligarquização da arena política, e, por consequência, enfraqueceu o próprio papel da oposição. Ao final, o autor sugere como compatibilizar a distribuição dos recursos financeiros diretos e indiretos, indispensáveis ao processo de cooptação eleitoral, com a garantia concreta de exercício da oposição, o que faz com base em métodos e modelos já acolhidos na legislação pátria.
Editora: Editora Thoth
Categorias: Direito Constitucional

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#Cláusula de Desempenho, #Democracia, #Oligarquias Partidárias

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ISBN: 978-65-5959-535-8

IDIOMA: Português

NÚMERO DE PÁGINAS: 300

NÚMERO DA EDIÇÃO: 1

DATA DE PUBLICAÇÃO: Julho/2023

A figura partidária é a responsável pela catalisação do sistema político e efetividade da representação política na democracia, especialmente pelo fato de integrar o microcosmos competitivo a encampar as forças políticas concorrentes e por seu papel de incentivo à formação da opinião pública e da participação política. Isso se faz necessário, pois, como já advertia Gianfranco Pasquino, a democracia é um regime exigente que requer como elemento indispensável de legitimação do poder político o suporte da opinião pública. A união entre estes fatores a saber: atuação partidária (participação política) e o papel da oposição na política são, assim, elementos indispensáveis à formatação e aprimoramento do regime democrático. As agremiações políticas, contudo, não restaram imunes às vicissitudes que maculam o exercício do poder político e, por isso, vêm sendo objeto de severas críticas e tendo o seu papel de atores centrais no processo eleitoral democrático questionado com certa frequência. No caso brasileiro, em especial, a existência de partidos nanicos, de aluguel ou catch-all, bem como a acidentada morfologia da própria desenvoltura partidária na história do país, reforçam a necessidade de se aprimorar a legislação eleitoral para que os partidos assumam o papel que lhe é reservado pelos especialistas, recompondo o perfil do “pastido pasteurizado” a que alude Manoel Gonçalves Ferreira Filho. E é aqui que o trabalho de Wagner Gundim apresenta contribuições relevantes, tanto do ponto de vista teórico como prático, onde apresenta de forma minuciosa como se deu o processo de evolução dos partidos políticos, notadamente brasileiros, o que faz a partir de teóricos clássicos do direito e da ciência política, quais são as causas patológicas que estes enfrentam na conjuntura atual, e por quais meios as agremiações se mantém vivas no campo da política. Dissecando as normas eleitorais que tratam sobre o financiamento da política brasileira, o autor expõe as fragilidades dos critérios até então utilizados para a distribuição dos recursos financeiros diretos e indiretos aos partidos políticos, o que contribuiu para uma espécie de oligarquização da arena política, e, por consequência, enfraqueceu o próprio papel da oposição. Ao final, o autor sugere como compatibilizar a distribuição dos recursos financeiros diretos e indiretos, indispensáveis ao processo de cooptação eleitoral, com a garantia concreta de exercício da oposição, o que faz com base em métodos e modelos já acolhidos na legislação pátria.
SOBRE O AUTOR
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
LISTA DE ABREVIATURAS / SIGLAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1
DEMOCRACIA PELOS PARTIDOS: A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA COMO LOCUS DE REPRESENTAÇÃO
1.1 O processo histórico de formação e constitucionalização dos partidos políticos no mundo
1.2 O processo de deterioração dos partidos políticos: causas patológicas e jurídicas que contribuem para sua degeneração

CAPÍTULO 2
EVOLUÇÃO HISTÓRICO-NORMATIVA DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL
2.1 A atuação das facções / organizações políticas no Império (1882-1899) e a construção das bases do fenômeno partidário até a Primeira República (1889-1930)
2.2 Os partidos políticos da Segunda (1930-1937) e Terceira (1937-1945) Repúblicas
2.3 A configuração partidária durante a Quarta (1945-1964) e Quinta (1964-1984) Repúblicas
2.4 A Nova República (1985-2023) e a remodelação partidária promovida pela Constituição Federal de 1988

CAPÍTULO 3
FINANCIAMENTO ELEITORAL E ACESSO AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NO PROCESSO ELEITORAL DEMOCRÁTICO
3.1 O microssistema do financiamento eleitoral brasileiro
3.2 O tratamento normativo da distribuição de recursos financeiros e acesso aos meios de comunicação no direito eleitoral brasileiro: critérios legais de distribuição
3.3 Análise comparativa entre a distribuição de recursos financeiros e acesso aos meios de comunicação e o desempenho dos partidos no processo eleitoral democrático – 1994 a 2022

CAPÍTULO 4
A OPOSIÇÃO NA POLÍTICA COMO PRESSUPOSTO DO IDEAL DEMOCRÁTICO
4.1 Formulação e caracteres fundamentais da oposição na política
4.2 Os impactos da cláusula de desempenho e seus critérios para acesso ao fundo partidário e aos meios de comunicação: aspectos positivos e negativos
4.3 Por uma proposta de distribuição igualitária de recursos financeiros e acesso aos meios de comunicação como forma de maximizar a oposição na política

CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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