ISBN: 978-65-5959-198-5
IDIOMA: Português
NÚMERO DE PÁGINAS: 351
NÚMERO DA EDIÇÃO: 1ª Edição
DATA DE PUBLICAÇÃO: Dezembro / 2021
A presente obra foi desenvolvida em conjunto por advogadas, professoras e, acima de tudo, por estudiosas das ciências penais. Pauta-se no objetivo principal de explorar, por meio de coletânea de artigos científicos, diversos temas relativos ao direito penal e ao processo penal, buscando estabelecer um diálogo entre a teoria e a prática, a fim de aumentar a racionalidade da sua aplicação no Brasil.
O livro analisa os principais e mais relevantes assuntos das ciências penais, com base em conceitos técnicos e teóricos trazidos pela doutrina, com menção, em alguns pontos, à jurisprudência pertinente ao tema analisado. Por isso, tem aptidão para fornecer aos leitores, sejam estudantes de graduação ou profissionais, os caminhos para uma melhor compreensão, reflexão e para a solução de casos concretos. Frente à onda punitivista vivenciada na produção e na aplicação da lei penal, que enfrenta o seu paradoxo de, apesar de dever ser a última resposta do sistema, ter sido vista como a primeira, sem que haja o direcionamento dos debates para políticas públicas ou para estudo de outras respostas possíveis, a obra preocupa-se em trazer uma análise crítica sobre os institutos, visando auxiliar no aprimoramento da discussão jurídica.
Assim, os estudos foram construídos a partir de uma análise dogmática, com interpretação do texto penal à luz da Constituição, do sistema jurídico como um todo, e, em algumas passagens, da comparação com outros ordenamentos, de modo a fornecer elementos para o desenvolvimento de uma disciplina penal em conformidade com o Estado Democrático de Direito.
ORGANIZADORAS
AUTORAS
PREFÁCIO
CAPÍTULO 1
Amanda Mendes Gimenes
IMPARCIALIDADE NO PROCESSO PENAL E DEMOCRACIA: REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM AÇÕES PENAIS ESPETACULARIZADAS
Introdução
1 O conceito de imparcialidade
1.1 Dimensões da imparcialidade
1.2 A imparcialidade judicial como pilar do Estado Democrático de Direito
2 Sobre a democracia e a criminalização da política no Brasil nas últimas duas décadas
2.1 A relação da Constituição de 1988 com a judicialização da política
2.2 A criminalização da política
3 Atuação do Supremo Tribunal Federal na esfera penal
3.1 A espetacularização do processo penal e as megaoperações no Supremo Tribunal Federal
3.2 A politização da Corte em detrimento da imagem imparcial e o consequente prejuízo democrático
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 2
Ana Beatriz da Luz
OS LIMITES DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO
Introdução
1 Panorama geral das medidas cautelares reais
2 Sequestro, arresto e hipoteca legal: uma diferenciação necessária
3 Requisitos
4 Especificidades do crime de Lavagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/98)
5 Breves considerações a respeito da aplicação do Decreto-Lei n. 3.241/40
6 O tempo de duração das medidas assecuratórias e suas formas de impugnação
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 3
Beatriz Daguer
O PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM E A PROPORCIONALIDADE DAS SANÇÕES APLICADAS EM INSTÂNCIAS DE CONTROLE DISTINTAS A PARTIR DA PRÁTICA DE UM ATO ILÍCITO
Introdução
1 O princípio do bis in idem e seu aspecto multifacetário: intersecção entre o Direito Penal e o Direito Administrativo Sancionador
2 A multiplicidade sancionatória estatal a partir de um ato ilícito: consequências e possíveis soluções jurídicas
3 A proporcionalidade à luz da Constituição Federal como parâmetro na atribuição de sanções em múltiplas esferas
4 A jurisprudência brasileira e a aplicação do non bis in idem
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 4
Claudia da Rocha
O ATO DE OFÍCIO EM POTENCIAL: UM PARALELO ENTRE OS CRIMES DE CORRUPÇÃO PASSIVA E DE ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
Introdução
1 Aspectos gerais do crime de corrupção passiva
2 A discussão sobre o ato de ofício: a necessidade de considerar a esfera de atribuições do funcionário público
3 A caracterização de crime impossível: a atipicidade do crime de corrupção passiva
4 A possível caracterização do crime de advocacia administrativa
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 5
Débora Normanton Sombrio
O DIREITO À CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA PENAL COMO CONSECTÁRIO DE UM PROCESSO PAUTADO NO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Introdução (ou o ponto de partida): Prova, verdade e o preço de viver em uma democracia
1 Novas tecnologias e a velha retórica do risco: a crescente necessidade de ocultação dos métodos de investigação
2 A ‘capacidade de funcionamento do sistema penal’ e o preço de uma decisão justa
2.1 O canto da sereia na atividade probatória: exclusionary rules e as proibições probatórias
2.2 Fiabilidade da prova penal e o direito à cadeia de custódia da prova como consectário da presunção de inocência como norma probatória
2.3 A falta de fiabilidade: os riscos que derivam da quebra da cadeia de custódia da prova
2.4 A necessidade de repensar o controle e o atual estado das coisas – quem tem medo do juiz das garantias?
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 6
Gisele Mendes de Carvalho
OS DELITOS RELATIVOS À PROSTITUIÇÃO E À EXPLORAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL: ANÁLISE CRÍTICA DO BEM JURÍDICO PROTEGIDO E CONSIDERAÇÕES POLÍTICO-CRIMINAIS
Introdução
1 Paternalismo, moralismo e prostituição
2 Crimes relativos à prostituição e à exploração sexual no Código Penal brasileiro: alterações introduzidas pela Lei 12.015/2009 e proteção penal da dignidade sexual
3 Prostituição e exploração sexual: delimitação conceitual
4 As discussões acerca do bem jurídico protegido no Capítulo V, Título VI, do Código Penal brasileiro
5 Análise dos crimes em espécie: alcance da intervenção punitiva e proposta de aplicação
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 7
Isabela Maria Stoco
NOTAS SOBRE OS CRIMES CONTRA A HONRA
Introdução
1 Calúnia
2 Difamação
3 Injúria
4 Disposições comuns
4.1 Causas de aumento de pena
4.1 Exclusão do crime
4.2 Retratação
4.3 Pedido de explicações
4.4 Ação Penal
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 8
Janaina Braga Norte
ANÁLISE DO INSTITUTO DA COLABORAÇÃO PREMIADA NOS DELITOS ECONÔMICOS
Introdução
1 A macrocriminalidade e a necessidade de mecanismos mais eficientes de persecução penal
2 Colaboração premiada e a apuração de delitos econômicos
2.1 Tratamento conferido pelo ordenamento jurídico brasileiro ao instituto de colaboração premiada
2.2 A formação do consenso nos acordos de colaboração premiada à luz da teoria do agir comunicativo de Jüngen Habermas
2.3 O instituto de colaboração premiada como instrumento para apuração de delitos econômicos
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 9
Júlia Acioli Pimenta
FEMINICÍDIO: ANÁLISE SOBRE A TIPIFICAÇÃO E O SIMBOLISMO PENAL
Introdução
1 Aspectos históricos
1.1 A defesa internacional dos direitos das mulheres
1.2 Femicídio x Feminicídio
1.3 Condições estruturais das mortes violentas de mulheres por razões de gênero
2 Discussões acerca da tipificação do feminicídio
3 A eficiência da norma face à sua função simbólica
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 10
Luiza Borges Terra
Camila Terra Rodrigues de Oliveira
DELITOS TRIBUTÁRIOS: ASPECTOS RELEVANTES DOS DELITOS PREVISTOS NO ARTIGO 1º DA LEI 8.137/1990
Introdução
1 Os delitos contra a ordem tributária previstos no art. 1º da lei 8.137/1990
1.1 Bem jurídico tutelado
1.2 Tipo objetivo
1.3 Tipo subjetivo
2 Da extinção ou suspensão da punibilidade pelo pagamento do tributo
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 11
Mariane de Matos Aquino
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: AVANÇOS E INQUIETAÇÕES
Introdução
1 Dos crimes contra os costumes aos crimes contra a dignidade sexual: a ampliação da proteção jurídica
2 Notas sobre certas mudanças decorrentes da Lei nº 12.015 de 2009 e da Lei nº 13.718 de 2018
3 Algumas inquietações para uma proteção eficiente da dignidade sexual267
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 12
Mariani Bortolotti Fiumari
TEORIAS DA PENA: NOTAS SOBRE O DISCURSO OFICIAL VERSUS O DISCURSO REAL DAS FINALIDADES DA PENA CRIMINAL
Introdução
1 Teoria retributiva ou absoluta: a pena como retribuição da culpabilidade
2 Teorias preventivas ou utilitárias: a pena como prevenção ao crime
2.1 Prevenção geral: a sociedade como referência
2.2 Prevenção especial: o sujeito como referência
3 Teorias unificadoras
4 O discurso criminológico ou real (ou aquele que o direito penal não é capaz de revelar)
4.1 Crítica negativa/agnóstica da pena
4.2 Crítica materialista/dialética da pena: a pena como retribuição equivalente
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 13
Nicole Trauczynski
Camila Rodrigues Forigo
A INVESTIGAÇÃO DEFENSIVA E A REGULAMENTAÇÃO PREVISTA NO PROJETO DE NOVO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Introdução
1 Considerações Preliminares da Investigação defensiva no processo penal brasileiro
2 O Provimento nº 188/2018-CFOAB
3 O projeto do novo Código de Processo Penal
Considerações finais
Referências bibliográficas
CAPÍTULO 14
Talita Cristina Fidelis Pereira Biagi
A POSIÇÃO DE GARANTIDOR NOS CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS: UM ESTUDO ACERCA DA RESPONSABILIDADE DE DIRIGENTES DE EMPRESAS
Introdução
1 A conduta omissiva no Direito Penal
2 Os crimes omissivos impróprios e a posição de garantidor
3 A posição de garantidor do dirigente em condutas relacionadas a atividade econômica da empresa
3.1 Análise dos argumentos jurisprudenciais para a responsabilidade dos dirigentes de empresas
3.2 Pressupostos dogmáticos para responsabilidade penal
Considerações finais
Referências bibliográficas